O Romantismo foi um estilo de época em que as obras têm o foco narrativo na terceira pessoa, apresentando um narrador onisciente. Esse tipo de narrador sabe o passado, o presente e o futuro das personagens, podendo se envolver na narrativa emocionalmente e até alterar o texto para a primeira pessoa. Quando isso acontece, o narrador faz uso do discurso indireto livre. Assim, o enredo se torna plenamente conhecido, os antecedentes das ações, suas entrelinhas, seus pressupostos, seu futuro e suas consequências. Com base nessas informações, façam uma análise deste fragmento do livro Inocência e do livro Senhora, respondendo se o narrador dessas obras é onisciente ou não. Coloquem justificativa.
“Apesar de bastante descorada e um tanto magra, era Inocência de beleza deslumbrante. Do seu rosto irradiava singela expressão de encantadora ingenuidade, realçada pela meiguice do olhar sereno que, a custo, parecia coar por entre os cílios sedosos a franjar-lhe as pálpebras, e compridos a ponto de projetarem sombras nas mimosas faces. Era o nariz fino, um bocadinho arqueado; a boca pequena, e o queixo admiravelmente torneado."
Visconde de Taunay, Inocência
Visconde de Taunay, Inocência
“Seixas aproximou-se do toucador, levado por indefinível impulso; e entrou a contemplar minuciosamente os objetos colocados em cima da mesa de mármore; lavores de marfim, vasos e grupos de porcelana fosca, taças de cristal lapidado, jóias do mais apurado gosto. À proporção que se absorvia nesse exame, ia como ressurgindo à sua existência anterior, a que vivera até o momento do cataclismo que o submergira. Sentia-se renascer para esse fino e delicado materialismo, que tinha para seu espírito aristocrático tão poderosa sedução e tão meiga voluptuosidade.
Todos esses mimos da arte pareciam-lhe estranhos e despertavam nele ignotas emoções; tal era o abismo que o separava do recente passado. Era com uma sofreguidão pueril que os examinava um por um, não sabendo em qual se fixar. Fazia cintilar os brilhantes aos raios de luz; e aspirava a fragrância que se exalava dos frascos de perfume com um inefável prazer. " José de Alencar, Senhora
Todos esses mimos da arte pareciam-lhe estranhos e despertavam nele ignotas emoções; tal era o abismo que o separava do recente passado. Era com uma sofreguidão pueril que os examinava um por um, não sabendo em qual se fixar. Fazia cintilar os brilhantes aos raios de luz; e aspirava a fragrância que se exalava dos frascos de perfume com um inefável prazer. " José de Alencar, Senhora
Fontes :
TAUNAY, Visconde de. "Inocência".São Paulo: Editora Paulus, 2005.
ALENCAR, José de. “Senhora”. São Paulo: Editora Paulus, 2005.
Postado por: Thayana Maria Navarro Ribeiro de Lima
Muito bom este post,muito simplificado,e explicando muito bem.
ResponderExcluirLauro Alves
Esses dois livros são perfeitos e exemplificam como é posta a figura do narrador no estilo romântico. Adorei
ResponderExcluirNatália Oliveira
Bons textos
ResponderExcluirBy.: Lipuxu - Filipe Vaz
Lindosss e maravilhosos, muito bons.
ResponderExcluirBy.: Lauruxinhu - Lauro BRITO ¬¬
Lindos e maravilhos? hmmmm boiola kkkkkk
ResponderExcluirq isso lauro?
kkkkkkkkkkk calma, calma to so brincando
ResponderExcluirMas o post ta ótimo, muito bom.
By.: Lauruxinhu - Lauro BRITO ¬¬
Legal, resumido e com textos para podermos associamos
ResponderExcluirPor - Gabriel Maciel
Me ajudou bastante, parabéns!!
ResponderExcluir