quarta-feira, 30 de março de 2011

O Rato que tinha medo


Um  rato tinha medo de Gato. Nisso não era tão diferente dos outros ratos. Pavor, ânsia, vida incerta. Mas, igual a todos os outros de sua espécie, o nosso Rato teve, no entanto, um fato diferente em sua vida - encontrou-se com um mágico(1). Conversa vai, conversa vem, ele explicou ao Mágico a sua sina e o seu pavor. O Mágico então transformou-o exatamente naquilo que ele mais temia e achava mais poderoso sobre a terra - um Gato. O Rato, daí em diante, passou a perseguir os outros ratos mas adquiriu um medo horrível de cães. E nisso também era diferente de todos os outros gatos. A única diferença foi que tornou a se encontrar com o Mágico. Folou-lhe então do seu novo medo e foi transformado outra vez na coisa que mais temia, Cão. Cão, pôs-se logo a perseguir os gatos. Mas passou a temer animais maiores, como Leão, Tigre, Onça, Boi, Cavalo, tudo. O Mágico surgiu mais uma vez e resolveu transformá-lo, então, num Leão, o mais poderoso dos anumais(2). Mas o nosso ratinho, guindado assim à letra O da classe animal, passou porém a recear quando ouvia passo de caçador. Então o Mágico chegou, transformou-o de novo num Rato e disse, alto e bom som:

Moral: "Meu filho, quem tem coração de Rato não adianta ser Leão".
                                  
(1) Ainda há alguma magia
(2) Será?

Coleção para gostar de Ler: Circo de Palavras, Millôr Fernandes.

Postado por: Natália Ferreira de Oliveira

Um comentário:

  1. Na fábula, animais ou seres inanimados ganham características humanas e sempre contém uma moral constatada no final da história.De acordo com meu ponto de vista,é um gênero que permite diversas maneiras de se abordar determinado assunto. É muito interessante para crianças, pois permite que elas sejam ensinadas dentro de preceitos morais sem que percebam.

    Guilianne Morón

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