O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
e te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
(MORAES, Vinicius de. In: Livro de Sonetos. São
Paulo: Companhia das Letras, 1991, p.91)
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Vinicius de Moraes(1913-1980) pertence a época do modernismo, porém suas composições tinham características não pertencentes àquela determinada época. Elas lembravam muito a Era Clássica, a época da composição de sonetos, o que tornou-o muito conhecido.
Postado por: Natália Ferreira de Oliveira
É lindo demais esse poema. Outros também muito bons são Soneto de Fidelidade e Soneto de inspiração.
ResponderExcluir