quarta-feira, 2 de março de 2011

Soneto de Amor Total - Vinicius de Moraes

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
e te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
                                                                                              
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que  pude.

(MORAES, Vinicius de. In: Livro de Sonetos. São
Paulo: Companhia das Letras, 1991, p.91)
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              Vinicius de Moraes(1913-1980) pertence a época do modernismo, porém suas composições tinham características não pertencentes àquela determinada época. Elas lembravam muito a Era Clássica, a época da composição de sonetos, o que tornou-o muito conhecido.


Postado por: Natália Ferreira de Oliveira

Um comentário:

  1. É lindo demais esse poema. Outros também muito bons são Soneto de Fidelidade e Soneto de inspiração.

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