terça-feira, 22 de março de 2011

Sugestão de livro: Ana Terra/Um Certo Capitão Rodrigo/O Prisioneiro - Érico Veríssimo

               O cotidiano dos Terras é duro, penoso, arriscado. Tiram sustento da colheita. Calculam a passagem do tempo observando a natureza. Vivem sob o perigo de ataques de índios ou de renegados castelhanos, estes últimos recentemente expulsos do Continente de São Pedro. Ana Terra, única filha mulher, é impedida de comprar um espelho, 'coisa do diabo', objeto fútil nesse ambiente austero. Sem ter onde mirar-se, só pode contemplar sua figura na superfície do regato onde lava a roupa da família. É nesse regato que ela depara com Pedro Missioneiro, ferido à bala. Mestiço de índio nascido numa missão jesuítica, Pedro lutara ao lado dos estancieiros pela expulsão dos castelhanos. Após restabelecer a saúde, pouco a pouco vence a desconfiança dos Terras e a repulsa de Ana, para quem sua 'presença era tão desagradável como a de uma cobra'. Sem perceber, a moça enamora-se de Pedro, uma atração trágica e irresistível que muda a vida da família Terra para sempre. (Continuação: Um Certo Capitão Rodrigo)
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                Quando Rodrigo Cambará surge no povoado de Santa Fé, em outubro de 1828 - a cavalo, chapéu caído na nuca, cabeleira ao vento, violão a tiracolo -, parece chamar encrenca. Com a patente de capitão, obtida no combate com os castelhanos, é apreciador da cachaça, das cartas e das mulheres. Homem de espírito livre, não combina com os habitantes pacatos do local, mantidos no cabresto pelo despótico coronel Ricardo Amaral Neto. Mas depois de conhecer Bibiana Terra, nada convence Rodrigo a arredar o pé da aldeia. Nem a aspereza de Pedro, pai de Bibiana, nem a zanga do coronel, que não vê com bons olhos os modos do capitão. Nem mesmo o fato de a moça ser cortejada por Bento Amaral, filho de Ricardo. Voluntariosa, Bibiana desconfia das intenções do forasteiro. Rodrigo, porém, está apaixonado, e quer casar-se. Como ele mesmo diz, não tem medidas, 'é oito ou oitenta'. Para o capitão Cambará, é matar ou morrer, num descomedimento que sugere o descortinar de uma crise anunciada.
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                Envolvido numa guerra fratricida em terra estrangeira, um tenente prestes a voltar a seu país presencia uma cena dramática - uma bomba destrói o bordel onde ele estava poucos momentos antes e mata a moça por quem se apaixonara. Um dos terroristas, capturado logo depois pelas forças aliadas, é um jovem de apenas dezenove anos cujas feições o remetem à amante morta. O coronel encarrega o oficial de interrogar o prisioneiro e descobrir o paradeiro de uma segunda bomba. Não há tempo a perder. O tenente tem duas horas para obter a verdade. 

Postado por: Filipe Burity Dias

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