A Bela Adormecida é um clássico conto de fadas cuja personagem principal é uma princesa que é enfeitiçada para cair num sono profundo, até que um príncipe encantado a desperte com um beijo provindo de um amor verdadeiro. A versão mais conhecida é a dos Irmãos Grimm, publicada em 1812, na obra Contos de Grimm.
Você pode ler a primeira versão do conto a seguir e a segunda nesse site: http://pt.scribd.com/doc/7073929/Irmaos-Grimm-Varios-Contos
A Bela Adormecida
Adaptação do Conto de Jakob e Wilhelm Grimm
Há muitos anos atrás, havia um rei e uma rainha que desejavam muito ter um filho. Um dia, quando a rainha estava tomando banho, um sapo pulou pela janela e disse-lhe:
- Seu desejo será satisfeito. Antes de um ano você terá uma filhinha.
As palavras do sapo tornaram-se realidade. A rainha teve uma linda menina. O rei exultou de alegria. Preparou uma grande festa para a qual convidou todos os parentes, amigos e vizinhos. Convidou também as fadas, para que elas fossem boas e amáveis para com a menina. Havia treze fadas no reino, mas o rei tinha apenas doze pratos de ouro para serví-las, de modo que uma das fadas teria que ser posta de lado.
A festa realizou-se com todo o esplendor e, quando chegou ao fim, cada uma das fadas ofereceu um presente mágico à criança. Uma deu-lhe virtude; outra beleza; a terceira, riqueza, e assim por diante, foram-lhe dando tudo o que ela poderia vir a desejar no mundo. Quando onze das fadas já haviam feito suas ofertas, de repente, apareceu a décima terceira fada. Ela desejava mostrar o despeito de que estava possuída por não ter sido convidada. Sem cumprimentar nem olhar para ninguém entrou no salão e gritou para que todos ouvissem:
- Quando a princesa completar quinze anos picar-se-á com um fuso de
tear envenenado e cairá morta.
Sem dizer mais nada, retirou-se. Todos os presentes ficaram horrorizados. A décima segunda fada, porém, que ainda não tinha formulado o seu desejo, deu um passo à frente. Ela não tinha capacidade para cortar o efeito da praga, mas podia abrandá-la, de modo que disse:
- Sua filha não morrerá, mas dormirá um sono profundo, que durará cem
anos.
O rei ficou tão preocupado em livrar a filha daquele infortúnio, que deu ordens para que todos os fusos de tear que se encontrassem no reino fossem destruídos. À medida que o tempo ia passando, as promessas das fadas iam se realizando. A princesa cresceu tão bonita, modesta, amável e inteligente, que todos que a viam se encantavam por ela. Aconteceu que, justamente no dia em que ela completava quinze anos, o rei e a rainha tiveram necessidade de sair. Amenina, encontrando-se sozinha, começou a vagar pelo castelo, revistando todos os compartimentos. Finalmente chegou a uma velha torre onde havia uma escada estreita, em caracol. Por ela foi subindo, até que chegou a uma pequena porta, em cuja fechadura havia uma chave enferrujada. Dando-lhe a volta, a porta abriu-se. Num pequeno quarto, estava sentada uma velhinha, muito ocupada com um tear, fiando. Vivia tão isolada na torre, que não tomara conhecimento da ordem do rei, com relação aos fusos e teares.
- Bom dia, vovozinha, disse a princesa. Que está fazendo?
- Estou fiando, respondeu a velhinha e inclinou a cabeça sobre o trabalho.
- Que coisa é esta que gira tão depressa? perguntou a princesa, tomando o fuso na mão.
Mal o tocou, porém, levou uma picada no dedo e, imediatamente caiu numa cama que havia ao lado, entrando num sono profundo. A velhinha desapareceu. Quem sabe se ela não era a fada má? O rei e a rainha, que acabavam de chegar, deram alguns passos no vestíbulo e adormeceram também. O mesmo sucedeu com os cortesãos. Os cavalos dormiram nas cocheiras; os cães, no pátio; os pombos, no telhado; as moscas, nas paredes. Até o fogo, na lareira, parou de crepitar. A carne, que estava assando, no fogão, parou de estalar. A ajudante de cozinha, que estava sentada, tendo à frente uma galinha para depenar, caiu no sono. O cozinheiro, que estava puxando o cabelo do copeiro, por qualquer tolice que ele havia feito, largou-o e ambos adormeceram. O vento parou e, nas árvores em frente ao castelo, nem uma folha se mexia. À volta do muro, começou a crescer uma sebe de roseira brava. Cada ano ia ficando mais alta, até que já não se podia mais ver o castelo.
Décadas se passaram e surgiu na região uma lenda, sobre a "Bela Adormecida", como era chamada a princesa. De tempos em tempos, apareciam príncipes que tentavam fazer caminho através da sebe, para entrar no castelo. Não conseguiam, entretanto, porque os espinhos os impediam e eles ficavam presos no meio deles.
Após muitos anos, um príncipe muito audacioso veio à cidade e ouviu um velho falar sobre a lenda do castelo que ficava atrás da sebe, no qual uma linda moça, chamada a "Bela Adormecida", dormia havia cem anos e, com ela, todos os habitantes do castelo. Contou-lhe também que muitos príncipes tinham tentado atravessar a sebe e nela haviam ficado presos, morrendo.
O príncipe então declarou:
- Não tenho medo. Irei e verei a "Bela Adormecida".O bondoso velho fez o que pode para impedir que ele fosse, mas o rapaz não quis ouvi-lo.
Agora, os cem anos já se haviam completado. Quando o príncipe chegou à sebe, como por encanto, os arbustos que estavam cheios de brotos, afastaram-se e deram-lhe caminho. Após sua passagem, fecharam-se novamente. No pátio, ele viu os cães dormindo. No telhado, estavam os pombos, com as cabecinhas escondidas debaixo das asas. Quando entrou no castelo, viu moscas dormindo nas paredes. Perto do trono, estavam o rei e a rainha, também adormecidos. Na cozinha, o cozinheiro ainda tinha a mão levantada, como se fosse sacudir o copeiro. A ajudante de cozinha tinha à sua frente uma galinha preta para depenar.
O rapaz continuou a percorrer o castelo. Estava tudo quieto. Finalmente chegou à torre, abriu a porta do quarto onde a princesa dormia e entrou. Lá estava ela, tão bonita que ele não se conteve: abaixou-se e beijou-a. Assim que a tocou, a "Bela Adormecida" abriu os olhos e sorriu para ele. Levantou-se, deu-lhe a mão e desceram juntos. O rei, a rainha e os cortesãos acordaram também e entreolharam-se, espantados. Os cavalos, nas cocheiras, abriram os olhos e sacudiram as crinas. Os cães olharam à volta e abanaram as caudas. As pombas do telhado tiraram as cabeças de sob as asas, olharam ao redor e voaram em seguida para o campo. As moscas, na parede, começaram a mover-se,lentamente. O fogo, na cozinha, acendeu-se novamente e assou a carne. O cozinheiro puxou as orelhas do copeiro, enquanto a ajudante começou a depenar a galinha.
O príncipe, apaixonado, casou-se com a princesa, num claro dia de sol, numa grande festa no castelo, e viveram felizes por muitos e muitos anos.
Postado por: Débora Silva Ramos
Na minha opinião o mundo real raramente é justo,mas nos contos de fadas quase sempre há generosas recompensas para os bons e severos castigos para os maus.Nem mesmo a morte impede um justo final.Branca de Neve,por exemplo,parece ter morrido por obra da rainha má;no entanto,retorna à vida quando a maçã lhe salta da boca.Branca de Neve se casa com o prícipe,e sua madrasta tem o terrível final que merece.A justiça natural e infalível constitui um dos mais atrativos dos contos de fadas.Outro é seu poder de nos envolver e enpolgar.Seus monstros e vilões nos fazem extremecer;sofremos com seus heróis e heroínas e nos alegramos quando tudo acaba bem.
ResponderExcluirGuilianne Morón
Seria bom se vocês postassem mais histórias desconhecidas ou não,procedentes de outros países oferecendo uma visão mais abrangente dos temas mais populares.
ResponderExcluirP.S.Como todas pessoas conhecem os conto de fadas clássicos como Branca de Neve(Alemanha),Bela Adormecida(França),O príncipe sapo(Alemanha),etc,seria melhor se apresentassem os desconhecidos como,Por que o mar chora tanto(BRASIL),A alma e o coração da baleia(Alasca),A porta do coração(Finlândia)O gentil-homem de Wastnees(Escócia),Urashima e a tartaruga(Japão),A moça das pérolas(Portugual),e uma infinidade de contos misterios e ignorados.
Guilianne Morón
Olá, gente!
ResponderExcluirGostaria que vocês trouxessem amanhã, as provas de literatura, porque houve um erro de notas e preciso corrigir. Quem vocês têm contanto, favor avisar.
Um abraço!
Gostei de ler essa história dos irmãos Grimm e de ver outra versão desse conto. Os contos maravilhosos são muito conhecidos pelas versões da Disney e é importante saber que as mesmas histórias podem ser contadas de outra forma.
ResponderExcluirThayana Navarro